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quinta-feira, 28 de julho de 2011

Viajar no tempo

Um artigo publicado na revista científica “Physical Review Letters” diz ter “terminado com o debate” acerca da possibilidade de se viajar no tempo. Segundo este trabalho realizado por um grupo de físicos da Hong Kong University of Science and Technology (HKUST) liderados por Shengwang Du, nada pode viajar mais rápido do que a velocidade máxima da luz, o que inviabiliza a hipótese de se viajar no tempo através de mecanismos que superassem este recorde de 300 mil quilómetros por segundo, no vácuo.
Esta suposição começou a ser suscitada há dez anos, quando investigadores descobriram a propagação superluminal (mais rápida que a luz) de pulsos ópticos em alguns meios específicos. No entanto, veio a saber-se que esta detecção era falsa e tratava-se apenas de um efeito visual. Mesmo assim, havia ainda a esperança de que um único fotão pudesse ultrapassar essa velocidade máxima da luz.
Contudo, o grupo de Shengwang Du, foi capaz de separar um único fotão e, com a ajuda de lasers, fazer uma medição inédita da velocidade máxima dessa partícula no vácuo. Demonstrou então que a unidade básica da luz “também obedece ao limite de velocidade como as ondas electromagnéticas” e não consegue viajar mais rápido do que a luz no vácuo, respeitando assim a teoria da Relatividade de Einstein.
“Ao provar que os fotões não podem viajar mais rápido do que a velocidade da luz, os nossos resultados encerram o debate sobre a verdadeira velocidade de informação transportada por um único fotão”, disse o investigador.
Esta experiência não reitera apenas a teoria elaborada por Einstein, como, segundo os investigadores “encerra as esperanças de algum tipo de viagem do tempo baseada na superação dessa velocidade”.
Vítor Cardoso acredita que estudo não demonstra impossibilidade de viagens no tempo
Vítor Cardoso, investigador do Centro Multidisciplinar de Astrofísica (CENTRA) do Instituto Superior Técnico (IST) comentou o assunto, dizendo ao “Ciência Hoje” que ainda acredita na possibilidade de se viajar no tempo, apesar das conclusões reveladas pelo estudo de Shengwang Du.
 “Penso que deve haver uma lei ainda desconhecida que proíba tal de acontecer. Eu noto que nada, nas equações de Einstein impede viagens no tempo”, considerou, acrescentando que “é possível mostrar que para construir estas máquina necessitamos de matéria muito exótica, pelo que até agora ninguém conseguiu demonstrar essa possibilidade”.
Na opinião deste físico, o artigo publicado na “Physical Review Letters” não termina de vez com a hipótese de se viajar no tempo. “Penso que está longe de demonstrar essa impossibilidade”, disse, embora acredite que este novo trabalho seja “um passo importante para a confirmação de que, em relatividade restrita, realmente nada se propaga mais rápido que a luz”. 
Mais acrescentou: “Este último estudo é um passo numa direcção, mas existem ainda muitas questões em aberto noutras áreas, em especial em Relatividade Geral”, na qual há “aspectos que não foram excluídos por este estudo”. Vítor Cardoso afirmou ainda que existem investigadores portugueses a trabalhar nesta área da Física,, como “José Natário,  do Departamento de Matemática no IST, ou Carlos Herdeiro,  da Universidade de Aveiro”. 

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