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quarta-feira, 30 de março de 2011

Via verde



É considerada uma das maiores invenções made in Portugal dos últimos anos, mas nunca foi registada. No início da década de 1990, a Brisa criou a Via Verde e tornou-se a primeira empresa do mundo a desenvolver um sistema de portagem automática aplicável de forma universal a todo o país, independentemente da autoestrada utilizada, do local de entrada e saída ou da instituição bancária associada à conta do automobilista.

A tecnologia baseada em radiofrequência era de origem norueguesa, mas a ideia de a aplicar ao sistema de portagens, através de uma antena e de um identificador, foi nacional e totalmente pioneira. No entanto, a empresa não ficou com quaisquer direitos sobre a invenção, uma vez que nunca a registou. "Não pedimos a patente porque, na altura, o registo de patentes em Portugal ainda estava muito verde e havia pouco conhecimento sobre a forma como as coisas se faziam. Foi uma pena", lamenta Jorge Sales Gomes, director do departamento de inovação da Brisa.

Se tivesse a patente internacional da invenção, "a Brisa seria atualmente um gigante mundial", assegura António Campinos, presidente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Não é caso para menos. Ainda hoje, a Brisa é todos os meses contactada por empresários do mundo inteiro - dos EUA à Austrália, do Brasil à África do Sul - interessados em perceber melhor como o sistema funciona para poderem também aplicá-lo nos seus países. Mas a empresa aprendeu a lição.

Agora, tem advogados especialistas em patentes e um departamento de inovação que trabalha com uma rede de 60 investigadores. Acabou de ganhar a patente nacional de um sistema de reconhecimento automático de matrículas para cobrança eletrónica de portagens e já pediu a extensão dos direitos para os Estados Unidos e para todo o mercado europeu.

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