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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Universidade de Coimbra cria tecnologia que desactiva dispositivos terroristas


Uma equipa de investigadores do Laboratório de Energética e Detónica (LEDAP) da Universidade de Coimbra (UC) acabou de ser premiada pelo desenvolvimento de uma tecnologia inovadora para a neutralização cirúrgica de dispositivos explosivos improvisados (bombas tipicamente utilizadas por terroristas).

Distinguidos durante o 6º Simpósio Europeu de Armas Não-Letais, que decorreu na Alemanha, o trabalho foi considerado o 3º mais importante da Europa nesta área por ter "menos efeitos colaterais do que as técnicas actuais", segundo avançou, ao «Ciência Hoje» (CH), Luís Rodrigues, investigador do LEDAP envolvido no projecto.
Para funcionar, o dispositivo deverá ser colocado “o mais próximo possível” da bomba a neutralizar, mas “poderá ser transportado por um robô” e assim evitar o risco de possível perda de vidas humanas. A partir daí, “a desactivação já poderá ser feita remotamente”, continuou o cientista.

Os explosivos improvisados “são a principal causa de acidentes mortais entre os militares destacados em países de conflito, como o Afeganistão” e o recente método poderá ser “eficaz contra qualquer tecnologia, já que não existem bombas sofisticadas”, assegurou ainda Luís Rodrigues ao CH.

O trabalho de investigação assume particular importância para “equipas de desminagem e militares em cenários de guerra porque permite actuar de forma mais precisa e segura do que as tecnologias actualmente em uso”.

Segundo avançou em comunicado o líder do projecto, Igor Plaksin – que foi receber o prémio à Alemanha –, a distinção “premeia o esforço continuado de desenvolvimento e aperfeiçoamento da tecnologia ao longo dos últimos quatro anos”.

Para a esfera militar não-bélica

Este dispositivo cujo nome ainda não é conhecido, já sofreu diversas melhorais e em relação ao primeiro, por exemplo, o actualmente premiado tem apenas um quarto do tamanho. O objectivo final “é termos um aparelho pequeno, portátil e que reduza os danos a uma esfera de um a dois metros, ou seja, com uma destruição muito reduzida”, esclareceu Luís Rodrigues.

No culminar do projecto, “deverá sair um protótipo e, posteriormente, um modelo de produção para servir a esfera militar não bélica”, sustentou Luís Rodrigues. A equipa centra a sua investigação apenas em tecnologia de carácter não ofensiva.

O trabalho foi desenvolvido, igualmente, através da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial. O Laboratório de Energética e Detónica (LEDAP) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) é o único laboratório nacional de investigação e desenvolvimento (I&D) a trabalhar com explosivos.

O prémio foi atribuído pelo European Working Group on Non-Lethal Weapons, um grupo fundado em 1998 e que, além de Portugal, engloba investigadores e especialistas das forças policiais e militares da Alemanha, Reino Unido, França, Itália, Rússia e Suíça, entre outros.

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