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quarta-feira, 22 de junho de 2011

Medidas restritivas adiam medicamento para Parkinson para 2014


A Bial foi “forçada” a atrasar em dois anos, para 2014, o lançamento de um novo produto para a doença de Parkinson devido às “medidas restritivas” impostas para área do medicamento, disse Luís Portela, 'chairman' da empresa.

“Fomos forçados a atrasar, porque não temos recursos para isso e, neste momento, prevemos que seja lançado no mercado em 2014”, afirmou o presidente do Conselho de Administração da Bial.
A propósito da 17.ª Conferência Anual da «European Association of Research Managers and Administrators» (EARMA), que decorrerá em Bragança na próxima semana, Luís Portela adiantou que também o produto para a hipertensão arterial, que estava previsto ser lançado em 2014, já “passou para 2017”.

“Não temos recursos para conseguir manter o ritmo que seria desejável para o nosso projecto”, referiu, acrescentando que “infelizmente o país vai sofrer” com estes adiamentos, porque “quanto mais tarde introduzirmos os produtos no mercado global mas tarde o país vai recuperar esses investimentos”.

Segundo Portela, o investimento, no último ano, foi de “mais de 40 milhões de euros” em investigação e desenvolvimento, uma quantia que é “muito, muito difícil” cobrir. Para isso, a Bial recorre ao “autofinanciamento”, uma estratégia que tem sido levada a cabo há já quase duas décadas e que passa por “não retirar dinheiro e reinvestir na totalidade” os seus recursos na área da investigação e desenvolvimento.

“Estamos a fazer um enorme esforço”, disse, acrescentando que a empresa recebe também "apoios de autoridades portuguesas e comunitárias", mas também é forçada a ter "apoios da banca”. Luís Portela disse que a Bial está a investir “o mais que pode” em projectos que “são importantes para servir os interesses de saúde da humanidade, que proporcionam novas soluções terapêuticas e que do ponto de vista económico-financeiro são bons”.

No mercado global

Fazendo um balanço da última década de actividade, Luís Portela orgulha-se da Bial conseguir ser “uma empresa inovadora” ao colocar o primeiro medicamento de raiz portuguesa no mercado global.

“Há apenas 23 empresas na Europa que fazem isto e em todo o mundo cerca de 90 empresas capazes de proporcionar medicamentos à humanidade”, sublinhou, acrescentando ser “um valor enorme” ter sido esta a única instituição nacional "a conseguir colocar a primeira bandeirinha portuguesa na área da investigação terapêutica a nível mundial”.

Para Luís Portela, que admitiu ter já recebido “várias propostas” de compra da empresa, “não há dinheiro que pague” este feito, porque “quando se faz as coisas com paixão é o servir as populações e proporcionar novos medicamentos” que conta.

Para o futuro, precisou, a empresa vai continuar a apostar na área da internacionalização, sendo que actualmente já “opera em mais de 40 países”. O departamento de investigação e desenvolvimento da Bial conta com uma equipa de 117 pessoas de oito países, das quais cerca de 30 são doutoradas.

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